O termo Expressionismo surge no final do século XIX e início do século XX para descrever movimentos vanguardistas que queriam se opor aos movimentos da época. Enquanto o impressionismo e naturalismo focaram no retrato fiel da realidade, o expressionismo propunha a visão interior do próprio artista. É a expressão acima da impressão.
Alguns historiadores preferem dizer "expressionismo" com letra minúscula – como um termo genérico, e "Expressionismo" – com letra maiúscula – para o movimento alemão.
O uso de paletas de cores agressivas combinadas a temas como solidão, angústia e miséria começaram a marcar os círculos artísticos e intelectuais da Alemanha nos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial, por volta de 1910.
O expressionismo defendia a liberdade artística, as dúvidas e os temas proibidos sexuais, os fantásticos ou os perversos. Com esta visão, o expressionismo torna-se livre para deformar a realidade e transmitir as expressões subjetivas da natureza e do ser humano; e influenciou diversas linguagens como a arquitetura, artes plásticas, literatura, música, cinema, teatro, dança e fotografia.
Embora o seu maior pólo de difusão se encontrasse na Alemanha, o expressionismo não foi um movimento homogêneo e nem centralizado. Ele também se manifestou por meio de artistas de outras partes da Europa como Gauguin, Edvard Munch, Van Gogh e Modigliani; e no continente americano com os mexicanos Orozco, Rivera e Siqueiros, além dos brasileiros Portinari e Anitta Malfati. O Expressionismo também coexistiu com a corrente modernista, fauvista, cubista, futurista, surrealista e abstrata.
Nos anos que antecederam a primeira guerra mundial, o mundo estava vivendo um momento de revoluções das cidades industrializadas. Esse caráter existencialista também demonstra as angústias e ansiedades em torno do crescimento da sociedade moderna que tornava o ser humano alienado e isolado.
O surgimento da fotografia também muda a relação do artista com a representação do real, já que agora um retrato fotográfico poderia ser feito em pouco tempo, se comparado a uma pintura, o que tirou boa parte da remuneração dos artistas da época.
Expressionismo Alemão
Na Alemanha surgiram dois grupos expressionistas dominantes: Die Brücke e Der Blaue Reiter. Houveram também artistas independentes e não afiliados com nenhum dos grupos.
“Die Brücke”
O grupo “Die Brücke” foi fundado em 1905 em Dresden por um grupo de estudantes de arquitetura que direcionou seu trabalho para pintura, mas desejava romper com a arte tradicional e acadêmica. “Die Brucke” significa “a ponte” e representa justamente a ponte que conduzia os artistas para a arte do futuro.
Eles desenvolveram um novo estilo que manifestava-se na pintura, na xilogravura e na escultura em madeira. O grupo retrata um existencialismo trágico a partir de formas simplificadas e deformadas da natureza e da cidade grande, usando cores puras e brilhantes. A arte era violenta, intensa e sentimental.
“Der Blaue Reiter”
Em 1911, em Munique, surgiu o “Der Blaue Reiter” ou “O cavaleiro azul”, inspirado na obra de Kandinsky, que era russo mas morava na Alemanha. Segundo Kandinsky, azul é a cor da espiritualidade e é isso que o grupo vai buscar em suas criações.
"Não se deve fazer da forma uma divindade. Não é a forma, a matéria, que é mais importante, mas o conteúdo, o espírito", diria Kandinsky.
A teoria do novo conceito artístico foi explicada em detalhes no almanaque "Der Blaue Reiter" publicado em 1912. Os membros uniram seu interesse pela arte medieval e primitiva, além dos movimentos contemporâneos do fauvismo e do cubismo .
O grupo cavaleiro azul se dissolveu com o início da primeira guerra e Kandinsky voltou para a Rússia.
Nova Objetividade Após a Primeira Guerra Mundial, uma nova onda de artistas ganhou destaque rejeitando as emoções expressionistas, e voltando a uma descrição factual do mundo e da sociedade. Este novo movimento foi conhecido como “Nova Objetividade”.
Liderado por George Grosz, a Nova Objetividade também aborda os resultados de um mundo industrializado, mas devolve à arte os verdadeiros retratos da realidade, que desta vez aparecem com aspectos opressores, feios, corruptos e mentirosos.
O fim
Tudo isso chega ao fim em 1933 quando o partido nazista chega ao poder e rotula o Expressionismo, a Nova Objetividade e outros movimentos de “degenerados”. Sob o comando de Hitler, as artes vanguardistas não representam os reais “valores alemães” e passam a ser literalmente censurados. Muitos artistas vão buscar exílio no exterior.
Influências
Os artistas continuam, de forma fragmentada, a criar seus trabalhos emotivos. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1970 e 80, o expressionismo passa a ser revisitado e recuperado na Alemanha e no mundo, dando vida a movimentos como o expressionismo abstrato e o neo-expressionismo.
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